Da ficção para a realidade: atriz sofre ataques nas mídias por ser mulher, negra ou gorda?

Autores

  • Juliana Afonso de Paula Souza Universidade Federal de Uberlândia – UFU / Prefeitura Municipal de Uberaba – PMU
  • Fernanda Costa Ribas Universidade Federal de Uberlândia – UFU

DOI:

https://doi.org/10.31496/rpd.v23i48.1647

Palavras-chave:

Preconceito, Interseccionalidade, Racismo

Resumo

O presente artigo apresenta análise de material audiovisual disponíveis nas mídias digitais. A imagem selecionada para estudo trata-se de uma foto da atriz Cacau Protásio com o ator Marcos Pasquim, junto à corporação do corpo de bombeiros do Rio de Janeiro para gravação de filme. Após a filmagem, a atriz foi alvo de críticas machistas, racistas e gordofóbicas. Nossas análises, neste trabalho, buscam refletir sobre o discurso entre os corpos e a linguagem, a partir de imagens e falas acerca do ocorrido. Apresentamos alguns aspectos externos, estéticos, políticos, sociais e epistemológicos para sustentar nossa análise, sendo estas subjetivas. Consideramos que poderão ocorrer distintas interpretações, o que suscita outras análises por diferentes olhares.  Para nossos estudos e reflexões nos debruçamos nas teorias de (Bento, 2002), (Bomfim, 2020), (Crenshaw, 2021), (Kilomba, 2019), (Pinto, 2002), (Rios, 2021) e (Wittig, 1980; 2021), autores que defendem a conscientização e a promoção do respeito às diversidades.

Biografia do Autor

Juliana Afonso de Paula Souza, Universidade Federal de Uberlândia – UFU / Prefeitura Municipal de Uberaba – PMU

Doutoranda em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Mestra em Letras, pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Pós-graduação em Supervisão Pedagógica, Gestão Educacional e Inspeção Escolar pela Universidade de Uberaba - UNIUBE. Possui especialização em Metodologia de Ensino-Aprendizagem em Língua Portuguesa pela Faculdade de Educação São Luís, de Jaboticabal. Graduada em Pedagogia pela Universidade de Franca -UNIFRAN (2021) e Letras Português/ Inglês e Literaturas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ituverava (2001). Atua como gestora escolar desde jan./2018, possui experiência como professora de educação básica de Língua Portuguesa, Literatura e Redação desde 2001. Atuou como tutora virtual do curso de Letras no Instituto Federal do Triângulo Mineiro IFTM - EAD - (2014-2016).

Fernanda Costa Ribas, Universidade Federal de Uberlândia – UFU

Graduada em Letras pela Universidade Estadual Paulista de São José do Rio Preto (2002) e doutorado em Estudos Linguísticos, área de Linguística Aplicada também pela Unesp (2008). Doutorado sanduíche (Capes) em Educação pela Universidade de Maryland (2007). Pós-doutorado pela Universidade de São Paulo (2018). Professora associada do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia, onde trabalha nas áreas de língua inglesa, metodologia de ensino e estágio supervisionado em nível de graduação. Professora do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Uberlândia. Tem atuado principalmente nos seguintes temas: motivação, ansiedade, crenças, autocrenças, tecnologias e letramentos, ensino de inglês nas escolas públicas e formação de professores de línguas. Líder do grupo de pesquisa Cognição, afetividade e letramento crítico, registrado no CNPQ.

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Publicado

2023-12-16

Como Citar

Souza, J. A. de P. ., & Ribas, F. C. (2023). Da ficção para a realidade: atriz sofre ataques nas mídias por ser mulher, negra ou gorda?. Revista Profissão Docente, 23(48), 01–15. https://doi.org/10.31496/rpd.v23i48.1647

Edição

Seção

Dossiê - Saberes da experiência: diversidade em foco