Quando homens e mulheres assumem a direção: as diferenças de gênero na gestão escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31496/rpd.v19i40.1284

Resumo

Este estudo objetiva evidenciar resultados de pesquisas brasileiras sobre o perfil dos gestores escolares, especificando suas marcas de gênero. Dado a inexistência de relatórios de pesquisa do Ministério da Educação que tratassem do perfil dos gestores escolares, buscou-se por pesquisas empíricas e documentos governamentais, na área da Educação, que versassem sobre o tema. As pesquisas que desvelaram o perfil dos dirigentes escolares se basearam nos microdados do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, revelando que os dirigentes escolares são tipicamente femininos, acima de quarenta anos, com formação em licenciatura, em específico, a Pedagogia; sendo providas (os) às funções, preponderantemente, por indicações (políticas e/ou técnicas) nas redes municipais de ensino ou por meio de eleição e/ou seleção nas redes estaduais e federais de ensino. Considera-se que apesar da maioria dos postos de gestão serem ocupados por mulheres, os estudos revelam fortes marcas de desigualdade de gênero, tanto no acesso como no exercício da gestão.

Biografia do Autor

Carliene Freitas da Silva Bernardes, Universidade Federal do Tocantins/ Universidade de Uberaba

Tem mestrado e graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia, cursa doutorado em Educação pela Universidade de Uberaba. É docente na Universidade Federal do Tocantins/Tocantinópolis.

Selva Fonseca Guimarães, Universidade de Uberaba - UNIUBE/ Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Tem doutorado e mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo e graduação em História pela Universidade Federal de Uberlândia. Realizou pós-doutorado em Educação pela Unicamp e Estágio Sênior em Didactica de las Ciencias Sociales na Universidad Autonoma de Barcelona. Pesquisadora de Produtividade do CNPq desde 2003. Atualmente é professora colaboradora voluntária do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia e professora permanente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Uberaba.

Referências

ALMEIDA, Jane Soares de. Mulher e educação: a paixão pelo possível? São Paulo: Editora UNESP, 1998. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/up000028.pdf. Acesso em: 10 fev. 2019.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: 1988. Presidência da República, Casa Civil, 2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 21 jan. 2019.

BRASIL. Lei no. 9.394, 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Presidência da República, Casa Civil, Brasília, 2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 24 jan. 2019.

CANDAU, Vera. Maria Ferrão. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Currículo sem Fronteiras, v.11, n.2, p. 240-255, jul/dez 2011. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol11iss2articles/candau.pdf. Acesso em 07 ago. 2018.

CARVALHO, Maria Regina Viveiros de. Perfil do professor da educação básica. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2018. 67 p. (Série Documental Relatos de Pesquisa). Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/1473981. Acesso em: 10 fev. 2019.

CORRÊA, Vanisse Simone Alves. Gestão escolar e gênero: o fenômeno do teto de vidro na educação brasileira. Dissertação (Mestrado em Educação: Gestão e Políticas Públicas) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: http://www.ppge.ufpr.br/teses/M10_correa.pdf. Acesso em: 10 fev. 2019.

COSTA, Marisa Vorraber; SILVEIRA, Rosa Hessel; SOMMER, Luís Henrique. Estudos Culturais, Educação e pedagogia. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 23, p. 36-61, agosto de 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n23/n23a03.pdf. Acesso em: 10 de jul. 2016.

COUTINHO, Priscila Munhoz. Um perfil profissional de diretoras escolares: trabalho, gênero e educação em escolas do ensino fundamental de Uberlândia. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/22417. Acesso em 10 fev. 2019.

DEMARTINI, Zeila, Brito Fabri; ANTUNES, Fátima Ferreira. Magistério primário: profissão feminina, carreira masculina. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 86, p. 05-14, ago. 1993. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/934. Acesso em: 26 jan. 2019.

ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Os Estudos Culturais. Cartografias (PUC-RS), PPGCS, agosto 2006.

GATTI, Bernardete Angelina.; BARRETTO, Elba Siqueira Sá (Org.). Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: UNESCO, 2009.

HEIDRICH, Gustavo. Por que ninguém sabe quantos gestores escolares existem no Brasil? Gestão Escolar, São Paulo, 17 abr. 2017. Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1787/ninguem-sabe-quantos-gestoresescolares- o-brasil-tem. Acesso em: 02 fev. 2019.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de Indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. 151 p. - (Estudos e pesquisas. Informação demográfica e socioeconômica, n. 39). Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101629. Acesso em: 11 de out. 2018.

IBGE- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Boletim Educação 2017. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, PNAD -C. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101576_informativo.pdf. Acesso em: 11 de out. 2018.

INEP – INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E PESQUISAS ANÍSIO TEIXEIRA/ Ministério da Educação. Censo da Educação Superior 2017. Brasília: Diretoria de Estatísticas Educacionais/INEP/ME, 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/setembro-2018-pdf/97041-apresentac-a-o-censo-superior-u-ltimo/file. Acesso em: 20 jan. 2019.

INEP – INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E PESQUISAS ANÍSIO TEIXEIRA/ Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/educacao-basica/saeb. Acesso em 10 fev. 2019.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Tradução Heloisa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2003. Disponível em: https://bibliotecaonlinedahisfj.files.wordpress.com/2015/03/genero-sexualidade-e-educacao-guacira-lopes-louro.pdf. Acesso em 10 fev. 2019.

MARCONI, Marina de Andrade.; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

NETTO, Michel Nicolau. A diferença do discurso da diversidade. Contemporânea, v. 7, n. 1, p. 39-61, jan./jun. 2017. Disponível em: http://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/516. Acesso em: 10 fev. 2019.

OLIVEIRA, Ana Cristina Prado de.; GIORDANO, Emília. O perfil dos diretores de escolas públicas no Brasil. Revista Educação Online, Rio de Janeiro, n. 27, p. 49-72, jan./abr. 2018. Disponível em: http://educacaoonline.edu.puc-rio.br/index.php/eduonline/article/view/376. Acesso em 15 maio 2019.

SECRETARIA ESTATUDAL DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS – SEE/MG. Resolução SEE nº 4.127, 23 de abril de 2019. Estabelece normas para escolha de servidor ao cargo de diretor e à função de vice-diretor de escola estadual de Minas Gerais. Diário do Executivo, Belo Horizonte, Caderno 01, p. 14-28, 24 abril 2019. Disponível em: http://jornal.iof.mg.gov.br/xmlui/handle/123456789/218318. Acesso em: 26 maio 2019.

SOUZA, Ângelo Ricardo de.; GOUVEIA, Andréa Barbosa. Diretores de escolas públicas: aspectos do trabalho docente. Educar em Revista, Curitiba, n. especial 1, p. 173-190, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/nspe_1/09.pdf. Acesso em: 22 jan. 2019.

SOUZA, Ângelo Ricardo de. Perfil da Gestão Escolar no Brasil. 2006. 333f. Tese (Doutorado em Educação: História, Política, Sociedade) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/10567/1/ANGELO%20RICARDO%20DE%20SOUZA.pdf. Acesso em: 22 jan. 2019.

VIANNA, Claudia Pereira. A feminização do magistério na educação básica e os desafios para a prática e a identidade coletiva docente. In: YANNOULAS, Silvia Cristina (Org.). Trabalhadoras: análise da feminização das profissões e ocupações. Brasília: Abaré, 2013. p. 159-180. Disponível em: http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/44242. Acesso em: 10 fev. 2019.

VIEIRA, Sofia Lerche; VIDAL, Eloisa Maia. Perfil e formação de gestores escolares no Brasil. Dialogia, São Paulo, n. 19, p. 47-66, jan./jun. 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/314819918_Perfil_e_Formacao_de_Gestores_Escolares_no_Brasil. Acesso em: 22 jan. 2019.

WERLE, Flávia Obino Corrêa. Práticas de gestão e feminização do magistério. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 126, p. 609-634, dez. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742005000300005&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 fev. 2019.

Downloads

Publicado

2019-06-07

Como Citar

Bernardes, C. F. da S., & Guimarães, S. F. (2019). Quando homens e mulheres assumem a direção: as diferenças de gênero na gestão escolar. Revista Profissão Docente, 19(40), 01–18. https://doi.org/10.31496/rpd.v19i40.1284

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)